Agile UX: Projetando a User Experience no Mundo Ágil – Parte 1

Nessa semana vou tratar sobre um assunto muito relacionado ao Lean UX, Design Thinking (DT) e Scrum. Hoje vou falar sobre Agile UX.  Como o assunto é muito extenso, vou dividir esse conteúdo em dois posts: no primeiro irei falar um pouco sobre a ideia geral e alguns pontos de vista de alguns autores e o segundo destacarei como interpretei e apliquei esse conceito no time que trabalhei em 2015.

Antes de começar esse post, acredito que é importante conhecer os princípios do Lean UX e também o conceito de Design Thinking (DT).

O Que É?

Gosto de pensar que Agile UX é uma “atualização” dos métodos ágeis buscando integrar o usuário final no decorrer do processo de desenvolvimento de software. Ou seja, a plena comunicação entre a user experience (UX) com o mindset ágil.

Esquema do Agile UX

Esquema do Agile UX

Como vocês podem perceber, a imersão do DT serve para entender o usuário e o problema a ser resolvido, procurando responder “para quem e o que vamos desenvolver?”. Em seguida, os princípios do lean UX servem para delimitar o que vai ser desenvolvido, ou seja, a geração e validação das ideias através do MVP (Minimum Viable Product). E, por último, o método ágil fatiando e priorizando o que deve ser desenvolvido primeiro. Simples, não?

Como Surgiu e Como É Usado?

De acordo com as minhas pesquisas, o tema começou a ganhar destaque com Desirée Sy, uma das pioneiras na área de agile UX, quando apresentou, em 2007, no JUS (Journal of Usability Studies) uma solução sobre como conseguiu aplicar esse método. De acordo com ela:

É preciso encontrar um jeito de separar as iterações de design e as iterações de implementação, sendo necessário dividir o time em duas trilhas (design e desenvolvimento). (Tradução Livre)

Resumidamente falando, a autora defende a ideia de que o time de User Experience esteja sempre a um ciclo a frente da sprint do time de desenvolvimento, responsabilizando-se em gerar protótipos validados pelos testes de usabilidades e deixando-os prontos para implementá-los. A equipe de UX também assume o compromisso de realizar investigações contextuais para os fluxos que irão compor o sistema a cada dois ciclos de antecedência, conforme a imagem a seguir.

Agile UX por Desireé Sy

Agile UX por Desireé Sy

Porém Jeff Gothelf, autor do livro Lean UX – Applying Learn Principles to Improve the User Experience, afirma que o modelo apresentado por Desireé Sy, é interessante para times que estão em um período de transição entre o tradicional e o ágil, pois apresenta alguns pontos que não vão de encontro com o pensamento do Lean, como a falta de foco no que está sendo desenvolvido, deixando de lado os benefícios da colaboração participativa e o desperdício desnecessário em criar documentações que expliquem o que deve acontecer em cada sprint de design. O autor deixa claro esses pontos ao fazer o seguinte questionamento:

Podem eles realmente construir os projetos específicos nas próximas duas semanas? Se não, o trabalho que começou a ser projetado, se torna desperdício. (Tradução Livre)

Logo, ele demonstra como aplicou esse método em seus projetos. No início de cada sprint, o time todo participa da ideação, utilizando brainstorms, esboçando as ideias e possíveis soluções. Em seguida, reúne-se todos os artefatos gerados e, juntamente com o time, os transformam em users stories, procurando sempre evoluí-las até conseguirem realizar a priorização das mesmas. Após essa fase, Gothelf recomenda sessões com usuários para a validação da ideia semanalmente, usando como base os artefatos gerados na fase inicial da sprint, buscando o valor real que a funcionalidade (ou serviço) tem para o usuário final, redefinindo-se as prioridades de acordo com os resultados obtidos, como mostra a figura a seguir.

Agile UX por Jeff Gothelf

Agile UX por Jeff Gothelf

Nota-se, portanto, que o Agile UX é um método que tem ganhado bastante espaço e encontra-se em constante fase de aplicação e aprendizagem, não havendo um padrão para usá-lo. Outro fator que precisa se levar em consideração é a importância em incluir o usuário (e também o cliente) em várias fases da sprint e não apenas no final de cada ciclo, procurando sempre fazer entregas significativas tanto para o negócio, como para o usuário.

Já teve alguma experiencia com esse método? Então conta para nós! 🙂

Grande abraço.

Mostrando 3 comentários
  • Marcos
    Responder

    Infelizmente Diogo, não conseguirmos aplicar nenhuma das técnicas no meu trabalho. Ao tentar abordar ágil e UX, o pessoal acaba se confundindo. Ainda existe muito resistência na importância de se manter o usuário no centro e não a entrega pela entrega….mas vou continuar a ler a segunda parte do artigo, para encontrar uma luz..rs..abraços

    • Diogo Riker
      Responder

      E aí, Marcos.

      Acho que um ponto interessante a se analisar, é como vc consegue adaptar as técnicas de UX dentro da sua realidade…

      A adaptação é constante. A forma como eu apliquei nesse time, não consegui replicar exatamente igual em outro.

      Espero que você tenha sucesso em suas próximas tentativas … Pode me encontrar no canal #AgileUX do slack da agilidade para trocarmos mais ideias 🙂

      Grande abraço

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