Antes de mais nada, já percebeu que em meio a pandemia o número de reuniões aumentaram incrivelmente? Fico preocupada com tudo isso. No meio de tanto entre e sai de chamadas online, precisamos ajudar as pessoas a priorizarem suas ações. Por isso, vamos conhecer um jeito simples de organizar o comprometimento do time para que cada vez mais seja obvio o que esperamos das pessoas que estão na sala.
Situação
Você, pessoa facilitadora, já se pegou na seguinte situação? Há um grupo de pessoas que estão levantando problemas em algum contexto, seja uma retrospectiva de um time ou de um grupo de trabalho. E você como boa pessoa facilitadora, ajuda a fazer priorização dessas dores e listar os planos de ação.
Em seguida, bem na hora de saber quem irá puxar ou fica responsável pelas ações, é nesse momento que você percebe que sempre são as mesmas pessoas tomam a iniciativa de colocar o seu nome? Ou mais triste, ninguém se voluntaria em colocar o seu nome como responsável?
Isso pode acontecer por diversos motivos. Desde a dificuldade em dizer não, pode ser a pura falta de comprometimento, ou sobrecarga de trabalho que não permite ser responsável por algo naquele momento, o que pode gera um sentimento de culpa para alguns.
Em contrapartida, a possibilidade da cultura de heroína ou herói, faz com que as pessoas não se sintam confortáveis em puxar algo e não sabem como pedir apoio para tal.
Porco ou Galinha?!
Uma técnica simples que pode ajudar a começar a deslanchar os seus experimentos ou planos de ações e que pode estimular o pareamento entre as pessoas, é a identificação de quem é porco ou galinha. Calma, irei explicar.
Aqui em nosso pub, já falamos sobre o conto do porco e a galinha, onde o porco representa a pessoa que está comprometida em fazer a tarefa. Em outras palavras, como se desse parte de si para fazer acontecer. Já a galinha retrata alguém que irá ajudar, mas por algum motivo não irá se comprometer 100%, podendo atuar como consultor, aprendiz ou co-pilota da tarefa.
Como?
Conheci essa pratica no Agile Brazil. Os voluntários compartilhavam, por meio de uma planilha, o contexto que poderiam atuar. Segue o exemplo abaixo:
A partir dessa planilha, começamos a identificar as expectativas de atuação para cada pessoa. Lembrando que essas atuações poderiam mudar no decorrer do tempo.
Recentemente, venho adaptando essa mesma ideia para as ações em grupos de interesse em comum e tem ajudado bastante para a construção do trabalho colaborativo. Dado uma situação problema e sua respectiva ação, podemos convidar uma pessoa para que seja a responsável (porco) e outra para que seja apoiadora (galinha).
O que aprendi?
Ao colocar visualmente da forma acima, pessoas que não sabiam como agir, já se voluntariavam como apoio a quem estava comprometido, de tal forma que tenhamos um porco e uma galinha sempre juntos. Assim, se dá o início a um processo de troca de aprendizagem entre elas.
Bem como identificar quais eram as pessoas sobrecarregadas de atividades. Por consequência, começamos uma redistribuição de atividades, assim como o que não iríamos fazer pelo fato de não haver quantidade de pessoas disponíveis, ou seja, limitamos nosso WIP – trabalho em progresso.
Essa é uma maneira de gestão visual que você pode utilizar para a melhoria contínua, como o caso que falei. Ademais, pode ser utilizado para gestão de atividades recorrentes, assim como atividades bau- business as usual. Desta forma, você estará estimulando o aprendizado comum, diminuição do estrelismo no grupo, reconhecimento de um grupo coeso e alinhado em suas ações.
Dica final
Para pessoas gestoras, ainda dou mais uma dica. Se você quer um comprometimento maior das pessoas, estimule as restrições sobre distribuição de pessoas mais seniores com as pessoas mais júnior. Por consequência, você contribuirá para evolução dos pares e gestão do conhecimento. Afinal, o invisível orientar, e nesse caso, é para o comprometimento.
Sobretudo, deixe o seu comentário se você experimentou essa técnica alguma vez.
Abraços.