Agilidade em Times Remotos. Como Fazer?

E ai, galera!

Vamos falar um pouco sobre trabalho remoto? Nesse período que estivemos ausente de post (desculpa, gente!), aproveitei para ganhar uma baita experiência com esse tema para poder compartilhar aqui com vocês. Fico impressionado como esse assunto ainda aparece com muita frequência nos happy hours da vida.

Não pretendo entrar em detalhes conceituais sobre o que é o trabalho remoto, diferenças em relação ao home office, etc. Para esse tipo de informação, recomendo esse site aqui. A ideia hoje é falar, especificamente, sobre como lidar com agilidade em times remotos.

O cenário

Primeiramente, vamos começar pelo contexto. Trabalhei em um time por mais de um ano, onde parte dele ficava em São Paulo e a outra parte em Uberlândia. Alguns dos problemas que vivenciamos eram:

  • ausência de  sentimentos de time,
  • baixo compartilhamento de conhecimento entre as cidades,
  • comunicação com muito ruído,
  • dificuldade para encontrar salas para as cerimônias,
  • reuniões com pouco resultado,
  • processo bastante bagunçado,
  • falta de feedback,
  • gestão visual ineficiente,
  • entre muitos outros.

Como vocês já perceberam, esse monte de problemas não cabe em um post apenas. Então este será o primeiro de muitos sobre esse tema :).

Entendendo o trabalho remoto

Conversando com alguns amigos sobre isso, pude perceber muita similaridade nos problemas e antes de começarmos a explorá-los melhor, penso que precisamos entender o mindset do trabalho remoto, primeiramente. 

No prefácio do livro Work Together Anywhere: A Handbook on Working Remotely—Successfully—for Individuals, Teams, and Managers, dos autores Lisa Sutherland e Kirsten Janene-Nelson, Jurgen Apello nos convida para uma reflexão bem interessante.

Na minha opinião, trabalho é algo que você faz e não um lugar para você ir. Essa atitude exige uma maneira particular de pensar, uma abordagem diferente para a organização e um pouco de planejamento. (Tradução Nossa)

Ou seja, trabalhar de forma remota é algo que muda demais a nossa rotina e se todos (você, seu time e a organização para qual você trabalha) não estiverem comprado com essa ideia, possivelmente você irá encontrar muitos percalços no decorrer dessa jornada.

O desafio

O primeiro desafio que encontrei foi a falta de sentimento de time. Em outras palavras, a falta de pertencimento. Era muito comum durante as reuniões remotas, a utilização dos pronomes nós e vocês. Exemplo: Nós, do lado de cá, iremos fazer tais atividades e vocês, do lado de lá, fazem essas outras atividades.

Isso era algo que me incomodava demais e, ao acompanhar mais a fundo o dia-a-dia do time, pude identificar algumas causas, tais como: falta de clareza sobre o objetivo e não conhecer quem é o(a) companheiro(a) de equipe. 

Não conhecer a pessoa que convive diariamente com você é bastante frustrante, uma vez que investimos a maior parte do nosso tempo com pessoas do trabalho (mais do que família). Isso me lembrou a primeira base das disfunções que assombram um time que a Jana escreveu há um tempo atrás aqui no blog, a falta de confiança.

Como podemos evoluir como indivíduos, seja pessoalmente e/ou profissionalmente, se não confiamos nos conselhos e no trabalho que o seu companheiro de equipe faz, não é mesmo?

Aproximando o time

Após identificar esses problemas, comecei a trazer algumas discussões para o time sobre esse tópico e o que percebia é que alguns não ligavam muito pra isso. Não adiantava a abordagem que eu tentasse, não dava muito certo. Começamos, então, um processo mais frequente de 1:1 com todos os integrantes e percebemos que, apesar de incentivar o trabalho de forma remota, nunca havíamos trabalhados presencialmente uns com os outros.

Tendo isso em mente, começamos trazer o time para mais próximo, e por fim, a coisa começou a engrenar mais. Em outras palavras, trazer a galera de um estado para o outro para passarem um período juntos.

Nas primeiras tentativas, experimentamos três dias. Em contrapartida,  ficava pouco tempo para o time colocar a mão no código com mais segurança e se conhecer melhor. Pelo que percebi, o tempo ideal foi de uma semana, pois assim o time consegue planejar diversas atividades. Nesse período, conseguimos rodar bastante atividades para fortalecer o trabalho em equipe, entre eles: coding dojo, team building, plannings e reviews, pair programming

Parte do time fazendo Coding Dojo.

Parte do time fazendo Coding Dojo.

Parte do time fazendo Coding Dojo.

Parte do time fazendo Coding Dojo.

Time falando sobre os aprendizados com o Dojo

Time falando sobre os aprendizados com o Dojo

Happy hour nosso de cada dia

Porém, o que foi mais interessante foi conseguir tirar a galera do ambiente de trabalho e irmos para o happy hour, pois as conversas que tivemos nos ajudou demais para criarmos um elo entre as pessoas.

Parece que foi mágica, mas na semana seguinte – já no contexto remoto – o time estava bem mais unido, trocando ideias sobre o código, fazendo pair programming, começando a passar alguns reconhecimentos e muito mais.

Saideira

Portanto, percebe-se que o trabalho de forma remota não exclui, em hipótese nenhuma, o encontro presencial com o seu time. É de extrema importância que seu time se reúna algumas vezes durante o ano para ficar, pelo menos, uma semana trabalhando de forma presencial. Aproveite esse momento para rodar dinâmicas de team building, coding dojosone-a-ones e, principalmente, reunirem-se no bar em um contexto fora do ambiente de trabalho. 

Esse foi o primeiro post sobre o tema. O que vocês acharam? 🙂 Coloquem aí no comentário.

Grande Abraço.

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