A influência da gamificação no scrum.

No post da semana passada, falei sobre o conceito geral de gamificação, os tipos de gamificação e alguns exemplos para tentar deixar tudo mais claro. Hoje, nós vamos ver qual a relação entre gamificação e scrum.

Quando entendemos o conceito do scrum e seus valores e o relacionamos com a gamificação, podemos perceber diversas semelhanças entre suas bases teóricas. Vamos começar pensando em alguns elementos interessantes que encontramos dentro do framework. Temos times, metas, papéis, artefatos, cerimônias, ambiente colaborativo, melhoria contínua e muitos outros. E quais desses elementos encontramos dentro do mundo dos games?

Vou começar pelo time de scrum! É composto por três papéis fundamentais: scrum master, product owner e time de desenvolvimento cujo objetivo é atingir a meta da sprint, incrementando um software (ou produto, ou serviço) e trazendo mais valor de negócio para o cliente. Trazendo essa realidade para os games, é possível encontrar essas características em diversos jogos multiplayer, como os MOBAS, MMORPG e FPS, onde cada jogador tem sua especialidade e o trabalho em equipe é extremamente importante para ter sucesso em um objetivo que seja comum a todos. Em ambos contextos, podemos destacar como aspecto fundamental o trabalho multidisciplinar e o ambiente colaborativo.

Outro característica muito interessante que destaco é a transformação dos objetivos grandes em pequenas metas. No scrum, quando temos um épico (uma estória muito grande), é preciso fatiá-lo em estórias menores até conseguirmos ter um incremento no final de uma sprint. Essa técnica dentro dos jogos, é conhecida como progression stairs e podemos destacar diversos jogos que se beneficiam dela, como o Diablo, por exemplo. Nesse jogo, cada ato tem seu objetivo, ou seja, matar o vilão principal de acordo com a história do jogo. Mas, para chegar nesse vilão, é preciso passar por diversas etapas dentro daquele ato.

Uma das cerimônias mais importante do scrum é a sprint retrospective, ou seja, aquele momento de feedback com o objetivo da melhoria contínua do time. Analisando os jogos, um dos aspectos mais importantes são os feedbacks. Quem nunca ficou mais aliviado ouvindo aquele som ao pegar um cogumelo verde e ganhando mais uma vida no Super Mário? A diferença entre os jogos e o scrum, é que o feedback é instantâneo.

O último ponto que destaco aqui é a definição de pronto no scrum. Jeff Sutherland e Ken Schwaber, autores do guia oficial de scrum, fazem a seguinte afirmação:

É usado para assegurar quando o trabalho esta completado no incremento do produto.

Ou seja, são as regras que vão caracterizar quando uma funcionalidade está concluída e entregável, devendo ser muito claras para que todo o time saiba o conceito de “pronto”. Trazendo para a realidade de jogos, eu pergunto a vocês: Já viram algum jogo sem regras? Eu ainda não! O jogador sabe o que ele pode fazer, quais são os limites e o que é trapaça.

Sendo assim, podemos concluir que o scrum tem características muito próximas dos jogos e, consequentemente, da gamificação. É por essas e outras que acredito que o framework é gamificado em diversos aspectos, pois se utiliza de elementos de games em um contexto totalmente fora dos jogosPenso que um fator que pode ser trabalhado mais é o quesito diversão, podendo variar em cada time. 

E aí, o que acharam? É claro que há mais elementos que não falei, por isso convido-os a destacar alguns desses elementos nos comentários.

Espero que tenham gostado,

Um grande abraço.

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Contando os artefatos do scrum.