Quem conhece Scrum sabe que o uso de iterações fixas ajudam o time a aprender sobre o trabalho recebido e entender o quanto o time consegue fazer por iteração, em número de pontos, por exemplo. Para mim essa é a melhor definição de equipes auto-organizáveis, um grupo de pessoas com um objetivo comum, atividades interdependentes e que conhecem sua própria demanda e capacidade. Melhor ainda quando esse time começa a compartilhar conhecimento além do grupo ;). E com o Kanban? Como garantir o mindset correto, de performance e melhoria contínua, sem o uso das cerimônias do framework Scrum ou de estimativas por pontos?
Entendendo que o time de alta performance precisa conhecer suas demandas e sua capacidade, isso pode ser feito no Kanban com o uso da análise de demandas (um dos passos do STATIK), com quatro questões básicas:
Quem?
Solicitante, entenda quem é seu cliente ou usuário.
O que?
Qual a natureza dessa demanda? Incidente, manutenção, nova funcionalidade, bug…
Quando?
Diariamente, toda quinta feira, uma vez por mês.
Quanto?
Qual a quantidade recebida: um, cinco, dez, cem…
Normalmente, eu peço para os membros do time colocarem individualmente essas informações em um post it e depois agrupá-las para identificar divergências no entendimento tanto da natureza de demandas, quanto da quantidade e frequência do recebimento.
Quanto à capacidade, um time mais experiente vai conseguir falar sobre o quanto o time tem de fato conseguido executar, aonde estão dificuldades técnicas, de ferramentas e de conhecimento. Mas, sem dados históricos isso terá que ser um aprendizado contínuo, assim como no planning poker.
A diferença da abordagem de entrega contínua é que não é necessário esperar o Planning ou a Retro para fazer a análise e falar de lições aprendidas, o time deve fazer isso a cada nova demanda, seja em uma reunião diária na frente do quadro, no momento de reabastecimento (puxar uma nova demanda) ou então no momento de planejar uma entrega, falando de possíveis riscos ou dependências.
Após o mapeamento do processo e definição de métricas de lead time e vazão, o time pode também definir a frequência da identificação de ações voltadas aos dados coletados ou a necessidade de momentos para falar sobre a gestão de dependências, riscos e estratégia (para onde estamos indo?).
O importante é lembrar que independente do framework ou método utilizado, o objetivo desses times deve ser o mesmo: melhoria contínua, com qualidade e eficiência!
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Excelente artigo Nathy!