Há muito tempo falamos sobre a importância da facilitação, algumas dinâmicas e até mesmo sobre a pessoa facilitadora e o seu papel. Neste post vamos aprofundar um pouco mais sobre esse tema e iremos falar sobre os pilares da facilitação, ou seja, quais são os comportamentos que sustentam o perfil da pessoa facilitadora.
Em primeiro lugar, é importante relembrarmos aqui um pouco sobre quem é a pessoa facilitadora. Roger Schwarz, autor do livro The Skilled Facilitator: A Comprehensive Resource for Consultants, Facilitators, Managers, Trainers, and Coaches, a define como:
Uma pessoa cuja escolha é aceitável para todos os membros do grupo, suficientemente neutra e que não possui autoridade considerável no processo decisório do grupo (tradução nossa, p. 5)
Podemos perceber algumas características bem interessantes nessa definição e isso vai de encontro ao que Esther Derby e Diana Larsen, autoras do livro Agile Retrospectives – Making Good Teams Great, falam quando estão descrevendo esse papel.
O líder de retrospectiva [ou pessoa facilitadora] permanece neutro nas discussões, mesmo quando tem uma forte opinião.” (Tradução Nossa, P. 28)
Ou seja, é fundamental que características como neutralidade, não autoridade e escolha aceitável estejam claras e evidentes para todo os participantes de uma reunião. Certamente esses atributos são fundamentais na construção dos pilares a seguir.
Guiar as pessoas
É fundamental que a pessoa facilitadora guie os participantes para um resultado eficaz, utilizando abordagens que transmitam segurança aos indivíduos de uma reunião para que participem sem medo de expor suas opiniões.
Alinhar antecipadamente com todos os envolvidos é um ótimo caminho para atender esse pilar. Procure trazer visibilidade da agenda, ou até mesmo construa em conjunto para que ninguém seja pego de surpresa e alinhe as expectativas sobre o resultado final esperado.
Criar conexões
É primordial estimular a comunicação entre todos para que as conexões sejam fortalecidas. Ou seja, sustentar as perguntas certas para estimular a comunicação a fim de dar voz para todos e garantir que todos sejam ouvidos. Além disso, praticar a escuta ativa contribui para fortalecer o elo entre os participantes e também fomenta a construção de um ambiente seguro.
Esse pilar é fundamental para criar um ambiente onde as soluções sejam emergidas de forma colaborativa, deixando a reunião bem mais produtiva.
Observar e Intervir
Durante uma reunião, é muito comum surgir algumas situações que nos tiram do caminho da eficiência e eficácia. Um exemplo banal é quando algum participante começa a mexer no celular ou conversas paralelas surgem enquanto alguém está falando. Por isso, é fundamental para a pessoa facilitadora saber quando intervir.
Para ajudar nessa etapa, gosto de falar sobre os ciclos de diagnósticos e intervenção descrito por Roger Schawrz. Ele é dividido em seis etapas, onde a metade dele caracteriza-se pela observação e a outra metade caracteriza-se pela intervenção, conforme a imagem a seguir.
Para saber mais sobre cada etapa, baixe nosso ebook A Arte da Facilitação e veja o capítulo Os pilares da facilitação.
Em busca do consenso ou consentimento
Discordâncias é algo bastante comum entre os participantes, e o motivo varia bastante. Seja por falha no processo de comunicação, não alinhamento aos valores pessoais e/ou profissionais ou algum histórico entre os integrantes àquela reunião.
No blog da target teal, tem uma definição muito interessante:
Uma decisão por consenso implica em todos do grupo acreditarem que determinada escolha é a melhor possível para aquele momento. Se uma pessoa discordar ou apenas pensar que existe uma alternativa melhor, você não terá o consenso.
Ou seja, faz parte do papel da pessoa facilitadora guiar as pessoas através de perguntas certas para que todos alcancem o consenso sobre determinados temas. Porém, nem sempre isso é possível.
Há situações onde é muito desgastante e caro chegar no consenso sobre determinado assunto, independente de seus motivos. Restando a pessoa facilitadora buscar o consentimento. De acordo com o mesmo post do blog da target teal, consentir é:
Consentir não significa achar que aquela é a melhor solução. Consentir significa que você não tem nenhuma objeção com relação à proposta.
Em resumo, consenso e/ou consentimento são fundamentais para qualquer processo de facilitação, por isso considero esse tópico como um dos pilares da facilitação.
Portanto
A facilitação é fundamental para qualquer processo de comunicação em grupo e ter mente esses quatro pilares certamente irá ajudar você a alcançar resultados positivos em qualquer reunião, seja ela presencial ou remota. Destaco aqui uma citação do nosso amigo Samuel Cavalcante sobre o papel da pessoa facilitadora que vai de encontro com tudo que falamos aqui:
O facilitador está mais preocupado com o como as pessoas chegarão ao resultado, do que com o resultado da reunião.
Caso queira saber mais sobre o tema e ter mais referências, te convido para baixar nosso ebook A Arte da Facilitação gratuitamente através do link a seguir e compartilhar nos comentários (e nas redes sociais) o que você mais gostou no livro para que possamos aprofundar mais sobre o assunto. Tenho certeza que irá te ajudar a dar o próximo passo na sua skill de facilitação.
Grande abraço.
Excelente tema, baixei o PDF para absorver esse conhecimento entrando no mundo da facilitação
Sensacional, Wendel! Tenho certeza que você vai curtir esses mundo, assim como eu! Depois passe o feedback sobre o E-book :).
Grande abraço.
Adorei a postagem, mas não consigo baixar. Ao clicar no link do site somente visualizo uma versão paga.
Oi Aldete! Fico feliz que tenha gostado :)…
Verifiquei aqui o link para o livro “A Arte da Facilitação” e está tudo OK… inicialmente ele abre a pagina com um valor, mas logo em seguida a propria pagina atualiza para U$0,00.
Pode validar novamente?
Te agradeço!