Quem leu os erros de uma facilitadora, saberá que levou um tempinho para eu aprender sobre timebox, ou seja, a caixinha do tempo. E eu já falei para vocês que sou a louca do timebox agora? Isso só ocorreu depois que o aprendi a usá-lo de uma maneira mais objetiva no meu dia-a-dia.
Hoje vou falar um pouco sobre essa caixinha do tempo está em tudo que é lugar e pode lhe ajudar muito. Logo que comecei a programar sim, já mexi em código em uma era atrás, tinha dificuldade em me concentrar e me dispersava demais. Com o tempo conheci uma técnica chamada Pomodoro, representada pelo tomate e é bem simples.
Como utilizar essa técnica?
Em princípio, selecione uma atividade;
Dedique 25 minutos para se concentrar 100% na atividade para realizá-la;
Em seguida, utilize 5 minutos, para descansar da melhor forma possível;
Volte ao passo 2 até terminar a atividade.
Quando terminar , volte para o passo 1.
Parece ser fácil
A técnica recomenda que a cada seis iterações dos passos acima, dar uma pausa maior. Seu cérebro agradece.
Apesar de ser simples, leva um tempo para aprender. A maior dificuldade que tive ao aplicar essa prática, por incrível que pareça, foi me concentrar durante esses malditos 25 minutos.
No entanto, parece que o mundo quer falar contigo ou que todas as distrações aparecem exatamente nesses 25 minutos que você se comprometeu consigo mesma. Só para exemplificar, meu marido acabou de ligar a televisão e estou sem fone, exatamente nos últimos seis minutos do meu timebox.
Vem com bônus
Por outro lado, a prática te ensina mais algumas coisinhas. Como evitar usar celular e redes sociais nesse tempo (SIM, há ferramentas que te ajudam).
Outra dica que tenho é começar a dizer não, mas com educação, tá? Quando alguém vier te interromper, diga a ela/e que há X minutos você vai falar com ela, onde X é o tempo restante que você tem do seu timebox. Só para ilustrar mais a ideia, veja esse vídeo bem divertido sobre o assunto:
Dicas do mestre
Alexandre Amorim, um praticamente veemente do Pomodoro, também sugere algumas dicas. Experimente-as sem moderação:
- A principal dica é persista. Abandonar é tentador.
- Monte seu plano no começo do dia e reflita sobre o que deu certo ou não no final. Para o seu momento de reflexão pessoal, avaliar o que pode fazer melhor amanhã;
- Considere registrar as interferências durante o Pomodoro, quantificá-las ajudam você engajar em manter o foco.
Caixinha coerente
Além do Pomodoro, o tempo me levou para as sprints do Scrum. Segundo o Scrum Guide:
O coração do Scrum é a Sprint, um time-boxed de um mês ou menos, durante o qual um “Pronto”, versão incremental potencialmente utilizável do produto, é criado. Sprints tem durações coerentes em todo o esforço de desenvolvimento. Uma nova Sprint inicia imediatamente após a conclusão da Sprint anterior.
Aprender o que é a “duração coerente” não foi fácil. Em contrapartida, essa caixinha me ajudou muito a pensar além da atividade a ser finalizada e aprendi que precisamos entender o que é “potencialmente utilizável”, por que fazer tudo não dá né? De fato, devemos compreender o que é relevante para o cliente/usuário final, de tal forma que consigamos resolver parte do problema que ele tem.
Eu, particularmente, vejo que a sprint auxilia o processo de aprendizado para pensarmos em como podemos entregar algo dentro de um tempo menor, focar somente no mais importante. Aí vale um post pendente só sobre FDP – fatiar, descartar e priorizar -, né?
Enquanto o post não sai, recomendo ler o Capítulo sobre Simplicidade: A arte de maximizar o trabalho que não precisa ser feito do livro Scrum - Gestão ágil para projetos de sucesso, do Sabbagh.
Após algumas sprints, por fim, compreendi que ao usar o Kanban, ele não te cobra um timebox fixo, muito pelo contrário, ele lhe ensina a aprender mais sobre o seu fluxo para poder, de forma evolutiva, encontrar o seu verdadeiro timebox. Que bonito isso ou é loucura, mesmo? Me senti o Coelho Branco do Livro Alice No País Das Maravilhas.
Em resumo, essa caixinha de tempo é sua amiga ou inimiga? Acredito que só depende de como você a vem utilizando.
Abraços.