O que faz do scrum um framework?

Quando começamos a estudar sobre o scrum, aprendemos que ele é um framework e que funciona perfeitamente com diversos métodos ágeis. Mas vocês já se perguntaram o porquê? Nesse post vou mostrar o meu pensamento com relação a isso.

Primeiramente, quando pensamos no scrum (ou qualquer outro método ágil. Sim, eu sei. Scrum não é um método!), temos que ter em mente como os princípios e valores do manifesto moldam o nosso mindset ágil, servindo de base para os valores do scrum. Mas um fator muito interessante que faz do framework algo adaptável e flexível são os seus pilares: transparência, adaptação e inspeção.

O primeiro ponto a ser tratado aqui é a questão da transparência, ou seja, a visibilidade de todo o processo, dos artefatos (e de algumas variações) para os stakeholders. Isso parece bem óbvio, não? Mas quem já teve experiência com indivíduos que esquecem de avisar que terminou uma atividade impactando no andamento de outra atividade? Eu já! :(. Eu sei, é muito bizarro. Por isso, é importante que todos os envolvidos tenham visibilidade do que acontece e como está acontecendo no seu projeto.

É bem importante que o time todo esteja com as expectativas alinhadas com relação a transparência, evitando ruído na comunicação. 

Quando temos um processo totalmente transparente, somos capazes de realizar a inspeção de forma mais clara. Ou seja, fazer uma análise do que está funcionando e do que pode ser melhorado. Mas Diogo, quem deve fazer e quando deve ocorrer? Bom, acredito que tenha que ocorrer constantemente por todos. Porém, não devem atrapalhar a execução de suas tarefas. De acordo com o guia de scrum, temos a seguinte afirmação

As inspeções são mais benéficas quando realizadas de forma diligente por inspetores especializados no trabalho a se verificar.

Entretanto, no meu ponto de vista, isso diminui o perfil multidisciplinar da equipe. Penso que pessoas sem conhecimentos especializados são também muito importantes no processo de melhoria contínua.

O último pilar do scrum é a adaptação. Ora, se durante a inspeção, foi identificado que algo não está funcionando bem, então é preciso adaptarmos isso para que passe a funcionar do jeito ideal de acordo com o contexto do time. Por exemplo, notou-se que durante a daily meeting o time está utilizando o tempo para falar sobre outros assuntos que não são relacionados àquele momento (como detalhamento de bugs, por exemplo). Simples, não? E quando isso deve ocorrer? O mais rápido possível. 🙂

Portanto, concluo que são os pilares do scrum os principais responsáveis por fazerem dele um framework. Pensando melhor sobre eles, percebo que é algo muito natural em nosso lado pessoal. Por exemplo, eu gosto de “cozinhar”, mas sei fazer apenas frango, picadinho ou ovo (um dia aprendo churrasco). Toda vez que preparo, eu faço de um jeito diferente, pois sempre estou inspecionando e adaptando esse processo de acordo com o meu contexto. E também porque não anoto as receitas e acabo esquecendo 🙁. Observem que o cerne da questão ainda são os pilares, mas o contexto é outro.

Espero que tenha feito sentido para vocês.

Um grande abraço

Mostrando 9 comentários
  • Magnum Rocha
    Responder

    Muito bom Diogo, excelente post !!!

  • Rui
    Responder

    Parabéns pelo texto.

  • lady letal
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    =) gostei

  • Amanda Righi
    Responder

    Oi, Diogo! Mto bom o post! Compartilho sua visão sobre os pilares de transparência, inspeção e adaptação. Apesar de q eu acho q colocaria adaptação antes de inspeção, mas são apenas detalhes rss)… O que me trouxe a esse comentário (além de parabenizá-lo, claro) é a questão da multidisciplinaridade ou não que vc fala… Eu venho de um time que era absolutamente multidisciplinar e isso funcionava muito bem na cultura ágil e scrum do dia-a-dia. Todo mundo podia atender a todas as histórias do sprint, na ausência de uma pessoa a história não parava, as chances de termos gargalos devido a dependência de uma especialização/pessoa era mínima se não nula. Isso funcionava muito bem e eu achava que o mundo tinha que ser assim rsss (dar uma exagerada, pq não? rss) Mas hoje estou num contexto absolutamente diferente. Cada pessoa do time tem uma especialidade (com um ou outro cruzamento, no máximo) e ainda estou figurando como lidar com essa nova realidade… Bom, é isso! Valeu e bjs

    • Diogo Riker
      Responder

      Oi Amanda!!!

      Que bom que gostou do post! Fico muito feliz com esse tipo de feedback!!! 😉

      Com relação a multidisciplinaridade concordo com você que o ideal é que o time seja totalmente multidisciplinar. Já trabalhei com times que eram assim e td era muito lindo!! Porém, acredito que há contextos e contextos. Como falei no post, isso não deve excluir os “especialistas”. Perceba que não há um certo ou errado..

      Atualmente estou trabalhando em um time onde tem especialistas e não especialistas.. o desafio aqui é tentar deixar mais multidisciplinar possível o time.

      Grande Abraço, Amanda! 🙂

      OBS.: Na sua opinião, como eu posso melhorar nos proximos posts? 🙂

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