Metas, pra que te quero?

Nesse post vou tratar de um assunto que vejo falarem pouco: as metas no scrum.

Primeiramente, o que é uma meta? Podemos dizer que é um objetivo a ser alcançado para qualquer coisa na vida. Então por que seria diferente dentro do scrum? Rafael Sabbagh, autor do livro Scrum – Gestão Ágil Para Projetos de Sucesso, define meta da seguinte forma:

“Uma meta no Scrum é uma necessidade ou objetivo de negócios a ser atendido como resultado de um trabalho.”

Porém, dentro do Scrum, podemos considerá-las em quatro aspectos: as metas de uma sprint, de uma release/roadmap e também a visão do produto.

Visão geral sobre as metas

Visão geral sobre as metas

As metas de uma sprint servem como um caminho a ser seguido pelo time de desenvolvimento, onde cada funcionalidade desenvolvida é um passo dado para alcançar um objetivo maior. É definido durante o sprint planning pelo próprio time de desenvolvimento. Entretanto, é dever do Product Owner (PO) alinhar qual é o objetivo de negócio que a meta definida irá atingir. Outro fator de suma importância é que depois de definida, a meta não pode mais ser alterada no decorrer da sprint, cabendo ao Scrum Master (SM) garantir sua integridade. Mas, caso aconteça, é necessário cancelar e planejar uma nova sprint.

Exemplo de meta de uma sprint

Exemplo de meta de uma sprint

As metas da release é um objetivo de negócio de alto nível a ser alcançado pelo time de desenvolvimento através das entregas dos incrementos no final de uma sprint. Uma release geralmente contém diversas funcionalidades até alcançar o que ela se propõe. Normalmente, é utilizado o template de user story.

Meta da release

Meta da release

Semelhante a essa definição, temos também as metas do roadmap, cujo objetivo caminha em direção a visão do produto, ou seja, representando um marco. Marco… Pólo? Ou seja, uma data que mostra quando o valor para o cliente será alcançado, podendo ser atingido antes de uma release ser entregue. O responsável pela definição das metas da release e do roadmap é o PO, pois são voltados diretamente para o entendimento do negócio.

Exemplo de um roadmap

Exemplo de um roadmap

É interessante que todos estejam envolvidos no momento de sua criação, lembre-se: colaboração é a melhor forma de alinhar o entendimento.

Já a visão do produto, apesar de não fazer parte do scrum, é um elemento muito importante para todos os envolvidos do projetos, pois é ela que vai apontar o direcionamento certo para onde o projeto deve seguir. Deve ser criada no início do projeto, com a presença de todos os stakeholders. Normalmente utiliza-se o template de elevator pitch, muito utilizado também no MVP:

Template de visão do produto

Template de visão do produto

Ao meu ver, as metas são formas excelentes para estimular a auto-organização e firmar o compromisso de todos, pois direcionam o time de Scrum a alcançar o sucesso do produto/projeto. Porém, um erro feio, um erro rude que vejo ainda, são alguns POs não respeitando algumas metas da sprint e empurraram funcionalidades referentes a outras releases com o intuito de “adiantar” o trabalho sem mesmo o time de desenvolvimento ter terminado as funcionalidades da meta no qual se comprometeu. Quem nunca se revoltou com mais funcionalidade aparecendo no último dia do ciclo?

Acredito que um time de desenvolvimento deve ter autonomia e também aprender a recusar essas situações, pois quando acontecem, temos como consequências: horas extras, desmotivação com o projeto, menos tempo para o lado social dos colaboradores, entre muitos outros. Portanto, o papel das metas é muito importante o sucesso do projeto preservando um ambiente de trabalho saudável para o time de scrum. Já teve alguma experiência ruim com metas (ou falta delas)? Compartilhe conosco. 🙂

Recomendo muito a leitura do capitulo 13 sobre metas do livro Scrum - Gestão Ágil para projetos de sucesso.
Mostrando 4 comentários
  • Responder

    Olá Diogo excelente post parabéns,

    realmente as metas são muito importantes, até na nossa vida pessoal temos que definir nossas metas, mas só um comentário sobre as metas, tomemos muito cuidados com elas, porque não estou dizendo que todas as empresas ou clientes, que fazem isso, mas quando você defini uma meta ou seja uma data para entrega, caso você não consiga entregar tudo que foi combinado, não se considere você ruim, aprenda com essa falha, pois alguns clientes ou empresas irão te julgar por não ter entregue tudo o que foi combinado.

    Um vídeo para uma reflexão: https://www.youtube.com/watch?v=uTux596LTyE

    • Jana Pereira
      Responder

      Olá, Éverton,

      Também concordo. Para minimizar ou até mesmo evitar esse tipo de julgamento, a negociação com o cliente e antecipação de problemas podem a ajudar o cliente ( e o time) a compreender ou até mesmo auxiliar a evitar que o atraso ocorra.

      Vou dar uma olhada no vídeo.

      Obrigada pelo comentário e pelas dicas.

      Abraços. 🙂

  • Anderson Luiz da Silva Costa
    Responder

    Gostei muito do texto por explicar bem a importância de se tratar com seriedade o conceito de metas da Sprint, mas, sobretudo, por contextualizar que o Scrum – como conjunto de cerimônias, regras, valores, papeis e artefatos – se inserem em um cenário maior – o da Organização -, onde existe toda uma governança da qual fazem parte objetivos estratégicos, enquadramento de mercado etc.
    Muitos de nós erramos na nossa interpretação de que o Scrum é um framework que embora não prescritivo, faz parte de contextos maiores e contém outros tantos. Sendo o Scrum um container, vejo que muitos de nós destinamos pouca importância ao que é colocado dentro desse container e, finalmente, como esse container se insere no universo corporativo, o qual também não deixa de ser um outro tipo de container.

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