Erros de facilitação – aprendendo a ser facilitadora

Oie pessoal,

Hoje estou escrevendo em resposta ao desafio lançado pelo Samuel Cavalcante em seu  post. Então vamos lá.

Estourando o timebox

Timebox maldito!

Timebox maldito!

Em minhas primeiras facilitações, empolgada com novas dinâmicas e ainda entendendo o processo de facilitar, eu sempre me estendia do tempo inicialmente planejado com o time. Extrapolar no timebox é algo comum quando estamos iniciando, ou a conversa está muito boa no time ou falimos no controle do tempo. Por mais divertida que seja a dinâmica, é sempre bom manter com o time o que foi planejado. Isso parece ser um tanto bobo, mas um dos fatores que para as reuniões serem ineficazes é o mal uso do tempo. Checar com o time se o ritmo está bom e o tempo adequado, seja perguntando ou percebendo como o time está se comportando, é sempre uma boa abordagem.

Ser “fun” não é bala de prata

Teve uma vez que estava em um time que percebi que as retrospectivas no estilo “fun retrospective” não estavam rendendo. Sabe aquelas reuniões medíocres, que geram pouco resultado, e você percebe que o time não se engaja em ter outras perspectivas para resolver as situações. Enfim, pensei comigo mesma e concluí que estava fazendo merda algo de errado por não conseguir estimular essas pessoas a realizarem as melhorias contínuas, independente das metáforas.

Aí, usei outra abordagem. Convidei outros facilitadores e se manteve o mesmo padrão fúnebre. Depois disso, trabalhei de uma outra forma. Inclusive, foi o Samuel que me ajudou a relembrar dessa abordagem lá em Belém, alguém perguntou dele sobre quando as retrospectivas não geram resultados e apresentou um cenário semelhante ao meu, o que fazer?
Ele respondeu para conversar com cada um do time e ver o que os incomoda. Lembrei que já havia feito isso nesse time e tive bons resultados. Então, convidei cada pessoa do time para trocar uma ideia, tomar um café e perguntar como estavam, assim pude compreender cada um dos integrantes do time e a falta de estímulo. Percebi que o time ficou um pouco mais harmônico e colaborativo depois dessa conversa e pude contribuir mais com eles.

Pior erro do mundo ágil

Podem me chamar de hipócrita por isso, mas eu vou confessar, já deixei de fazer retrospectivas em um projeto e isso não faz muito tempo. me senti em um AA, há 31 dias não faço retrospectivas no meu time.

PAM PAM PAM!!!

PAM PAM PAM!!!

Confesso que foi a pior coisa a fazer. EU acredito que o processo de melhoria deve ser realizado continuamente. Por qual motivo não o fiz? Time novo, contexto de projeto novo, realidade nova, desafio novo, o time não tinha essa dinâmica, falta de empoderamento. Apesar das diversas desculpas que posso levantar aqui. Hoje confesso que por insegurança de não me impor como facilitadora. E o resultado disso foi: time tenso, problemas acontecendo e poucas soluções, principalmente, a falta de visibilidade desses problemas.
Como corrigir isso?
Simplesmente fazendo a reunião de retrospectiva! A primeira reunião foi excelente, na verdade um misto de retrospectiva com toque final de team building (convidei uma pessoa para facilitar).
Sei que diversos problemas existirão, dificuldades virão para impedir  a realização da retrospectiva, porém ser persistente e começar a fazer é a melhor forma. Pode até não ser do jeito que você imagina, mas aos poucos, a retrospectiva vai se tornando parte do time.

Os erros do Samuel também cometi e aprendi muito com eles. Como qualquer atleta para ser bom no que faz, treinar bastante é essencial para se aperfeiçoar,  é isso que procuramos fazer aqui, estudar e praticar a agilidade em todos os aspectos.  Ser facilitador não é meramente saber aplicar dinâmicas em um grupo de pessoa, é trabalhar a boa comunicação e empatia para inspirar as pessoas a construir o processo de aprendizagem delas.

Abraço

Gostei desse post com algumas dicas para facilitar.
Mostrando 6 comentários
  • Responder

    Olá, Jana,
    Tudo tranquilo?

    Eu passei por uma situação semelhante, quando estava lecionando. Eu me senti meio mal e fui conversar com a coordenadora do curso. Ela foi super compreensiva e me ajudou a resolver o problema. Ela comentou que, como professor, eu tento alinha uma motivação extrínseca com os alunos. Porém, também como professor, eu não foi atingir a motivação intrínseca dos alunos.
    Fiquei mais tranquilo e mudei um pouco a abordagem da aula: adaptei várias atividades ágeis para o contexto da minha aula.
    Por ter ficado mais dinâmico, o pessoal gostou mais e ficou mais motivado. De qualquer forma, em alguns momentos, ficou mais claro perceber os alunos que não queriam nada com nada.
    =)

    • Jana Pereira
      Responder

      Excelente depoimento.
      Está sendo poraí, estou me adaptando com a nova realidade, e aprendendo a me comunicar melhor com os outros para atingir o objetivo.
      Obrigada por suas palavras.
      Vamos trocar uma ideia sobre “Professor influenciado pela agilidade”.

      Abraços

  • Samuel
    Responder

    Muito bom o Post. Obrigado pela menção.

    Fato sempre podemos ser melhores 🙂

  • Analu
    Responder

    Muito bom =)

    • Jana Pereira
      Responder

      Gratidão, Analu. Vamos continuar trocando figurinhas. Abraços.

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