Alimente o feedback

Nas últimas duas semanas de trabalho na Concrete, ofereci feedback para cada pessoa do time em que eu estava, foi muito gostosa essa experiência.

Cultura de feedback

Lá vivi uma cultura forte de feedback: com one-a-one (colaborador-gerente), dentro do time (pelo menos no time que trabalhei), entre os scrum masters e dos sócios da empresa para com os funcionários, de forma bem espontâneo (experiência própria).

Do ponto de vista da agilidade, ter opinião de alguém sobre você, faz parte do processo de inspeção, ou seja, avaliar se suas ações estão atingindo o objetivo esperado tanto por você quanto pelos outros.

Particularmente, euzinha adoro receber e oferecer feedback, mas aprendi que para o feedback ser efetivo, a pessoa tem que estar aberta em recebê-lo, digeri-lo e atuar em algo para obter novos resultados, caso seja necessário. Para tanto, é preciso ser  uma via de mão dupla.

Às vezes, a premissa em estar receptivo em ouvir ou ler uma opinião de outra pessoa sobre o seu comportamento não acontece por N motivos. Tenho a impressão que a educação brasileira leva as pessoas se sentirem aterrorizadas com o termo “feedback“,  por associarem com algo negativo, errado ou punitivo. Para mim, um mito que precisamos derrubado, não é, pessoal?!

Dá uma olhadinha também no feedback wrap. Pode ser uma alternativa de interação com o seu time.

Se preparando

Voltando ao time, para cada pessoa, escolhi um ambiente propício para o diálogo. Em seguida, perguntava sobre o que gostaria de falar, a fim de que as pessoas alinhassem as expectativas sobre aquela conversa.

Sabe o motivo disso? Às vezes, as pessoas querem falar de algo que as incomodam, e nesse momento de conversa franca, você pode perceber que não é a hora para oferecer feedback, e sim resolver um assunto inacabado. Só para exemplificar, um dos colegas de trabalho não estava se sentindo bem em estar no time, levantamos todos os motivos e tomamos algumas ações para poder minimizar esse mal-estar. O engraçado que tudo o que tinha para conversar com ele, estava relacionado ao tema, já havia percebido uma desmotivação.

Concrete está com vagas em aberto para SP e RJ. Nem estou recebendo por esse propaganda hein.

No meu último dia de Concrete, fui convidada para diversos feedbacks, com o RH, com o gerente e  com o time. Em especial, vou comentar sobre a dinâmica que o time preparou para mim (time lindo!) – Feedback Canvas.  Esse canvas foi criado pelo Matheus Haddad com objetivo de :

 organizar o processo de feedback coletivo e criar um contexto adequado para que todos possam colaborar com as suas percepções sobre o trabalho de um membro da equipe.  (Matheus Haddad)

feedback-canvas-matheushaddad

Feedback Canvas de Matheus Haddad.

Feedback Canvas

Uma pessoa do time facilitou o bate-papo e ele deixou claro que o feedback seria voltado para o papel que tive desempenhando nos últimos meses com eles, no caso de Scrum Master (SM), ou seja, definimos a competência.

Dado esse contexto, o facilitador pediu que a todos que escrevessem em cada post-it as atividades que acreditam ser do papel de SM. Como o time listou diversas informações, todos do time entraram em consenso sobre as atividades cabíveis a competência.

Em seguida, tanto eu como o time classificamos as atividades acordadas de acordo com a escala de aprendizagem do canvas. O facilitador explicou o que significava cada nível, o que foi bem didático, seguindo a base do Matheus Haddad:

Classificação dos níveis de aprendizagem.

Classificação dos níveis de aprendizagem.

Logo depois, expomos nossos avaliações e obviamente apareceram itens em que eu achava que estava no nível três, mas o time via como nível cinco, assim como o inverso também. Em um timebox, conversamos sobre os itens que tinham mais discrepância, o que foi bastante produtivo para mim.

Da mesma forma, fomos para os pontos positivos,  o time pôs nos post-its ações positivas em meu papel como SM. Depois, os pontos negativos, particularmente, prefiro o termo pontos de melhoria na atuação como SM. Esses dois últimos pontos, o facilitador reforçou a ideia de utilizarmos fatos para basear melhor os argumentos sobre o item descrito.

Com essas informações, o time me ofereceu possíveis ações de melhorias a serem aplicadas nos meus próximos desafios profissionais, por exemplo, trazer mais a base teórica sobre os conceitos de agilidade para o time, por meios de talks para equalizar as informações e métricas a serem trabalhadas.

Em conclusão

Sabe o mais legal disso tudo é que não chegamos a imprimir o canvas, tudo isso foi feito na lousa com post-its e canetas, seguindo os passos para obter o feedback coletivo, o qual foi muito enriquecedor para mim. Acredito que toda a dinâmica foi bem produtiva, sincera e que estão fazendo a diferença nos meus objetivos pessoais. A todos do time da Concrete, minha eterna gratidão por toda aprendizagem e permissão em experimentar algumas abordagens ao longo desses meses. Insisto, foi uma experiência engrandecedora tanto o feedback canvas quanto o tempo que trabalhamos juntos. Espero de todo coração trabalhar novamente com esse time, acredito que todos estão em constante melhoria contínua, e as atitudes do dia a dia tem feito a diferença para os seus resultados.

Abraços

Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes.

Mostrando 5 comentários
  • Silvia
    Responder

    Gostei muito do que li, também sou adepta do Feedback, dar e receber, nossa que ótimo ler o que você escreveu… acredito que o que mais me marcou é que o Feedback culturalmente é temido, visto como negativo, temos que dar mais feedbacks positivos, também temos essa responsabilidade como gestores.
    Obrigada por compartilhar essas informações.

    • Jana Pereira
      Responder

      Também acreditamos nisso. Feedback negativo oferecido da maneira correta pode ajudar a pessoa a ver pontos de melhorias nela mesma como profissional e pessoal.

      Conte sempre conosco!

      Abraços

Deixe um Comentário

Comece a digitar e pressione Enter para pesquisar